segunda-feira, 30 de março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

Geléia Geral


Estou impressionado com o show do Tom Zé. O camarada é um brincante, antropofágico, sul realista, cronista, tropicalista e ainda consegue ser o que parece impossível: baiano paulista.

Todas essas variações do Tom permeiam o show Estudando a Bossa Nordeste Plaza que faz uma homenagem aos 50 anos do movimento musical que, segundo o próprio Tom (o Zé) mostrou ao mundo que a capital do Brasil não é Buenos Aires e que Rio de Janeiro não é o nome de uma praia na Argentina. Durante o show (ou seria uma peça? Um recital? Uma aula-espetáculo?) ele brinca com o banquinho e o violão – cenário clássico da bossa nova - literalmente desconstruindo as duas figuras e fazendo uma verdadeira autopsia no instrumento reinventado por João Gilberto. Confesso que apesar de tocá-lo há mais de 20 anos, jamais tive o interesse em saber como se monta um violão. Mas Tom Zé, criança que é, faz do instrumento um brinquedo e, desmontado-o no palco, nos mostra que instrumentos não são feitos apenas de sons, mas de peças, engrenagens, cordas, encaixes e nuances que também merecem atenção. Esse alerta também é feito nos momentos em que faz questão de tratar, pelo nome, quem nós acostumamos a chamar de técnicos de som, de luz e de palco... O Túlio, o Carlos e o Cássio saem da cochia e passam a existir como pessoas fundamentais na condução do espetáculo. Tom Zé é isso, desconstroi as estruturas que estão à sua volta para entendê-las e mostrar como funcionam.

Assim como a Bossa Nova, Tom Zé também pratica a antropofagia quando mostra qualidades até mesmo no funk, dizendo que o refrão “tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha” é revolucionário e libertador. O pior é que ao findar a explicação, cerca de 15 minutos de muita criatividade, irreverência e humor, acabei concordando com ele.

Em O Céu Desabou, mostra o impacto causado pela batida sincopada da bossa nova no cenário musical daquela época. Lembra da importância de pessoas como Fernando Faro, Ruy Castro, Zuenir Ventura e tantos outros que logo perceberam o avanço que aquela nova forma de tocar e cantar representaria para a musica brasileira e fizeram um contra ponto às ferozes críticas que diziam ser, a bossa, uma moda passageira, sem qualidades, que representaria o fim do samba. O céu também desabou sobre os atônitos cantores e cantoras de rádio, que com suas vozes potentes e atléticas, perguntavam. E agora?No peito dos desafinados também bate um coração?

Talvez essa tenha sido a melhor homenagem aos 50 anos da bossa nova quando shows que repetiam mais do mesmo pipocaram pelos palcos do Brasil. Tom Zé, o professor pardal da musica brasileira, fez diferente. O Pato se transformou em O Filho do Pato e foi buscar outras tribos e outros parceiros. O Barquinho, ao invés de deslizar despretensiosamente no macio azul do mar, mudou sua rota e foi ajudar a construir a ponte Rio Niterói. Até mesmo propor ao João Gilberto que abra um processo reivindicando direitos autorais pela execução de todos os sambas que, a partir de sua gravação, se transformaram em bossa nova, ele propõe. Com Tom Zé a bossa inova.

Na ironicamente cândida interpretação da música Brigitte Bardot, ele conclui que seus sonhos querem se divorciar da musa inspiradora da geração bossa novista. Brigitte não é mais o padrão de beleza. Não desperta os desejos daquela e nem desta geração. Foi substituída, esquecida. Hoje, em frente ao espelho, espera pelo telefonema de um jovem de 20 anos que nunca chega. Vive do passado. Talvez Tom Zé queira nos dizer que sabe bem como é se sentir assim. Após 16 anos esquecido e sem conseguir gravar no Brasil, foi preciso que o músico americano David Byrne lançasse, nos EUA, uma coletânea com musicas do Tom para que, aqui, ressurgisse o interesse pela obra de um dos responsáveis pela concepção do movimento tropicalista. Aliás, sua retirada de cena é explicada mais pelas virtudes que pelos defeitos. Que bom ainda termos, no ano do cinqüentenário da bossa nova, um tropicalista coerente com a sua proposta musical, que ainda experimenta, desconstroi e reinventa.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Temos vagas!

Seja mais um peão na obra do Minas de Samba.
Desde o início nossa proposta é a criação de um blog que permita uma construção coletiva, eliminando a figura do Administrador que centraliza e filtra as postagens e comentários.

Caso queira colaborar, mande um e-mail para rbnarciso@gmail.com e aguarde a “mensagem convite” com as instruções para que você se torne mais um administrador do Minas de Samba.


Aviso aos navegantes.
Se você já deu umas voltinhas pelo blog, pôde perceber que entre o Big Brother do George Orwel e o do Boninho, ficamos com a primeira opção.

terça-feira, 10 de março de 2009

Do céu, o veredicto.


Por: Dida Sampaio, Repórter-fotográfico do Estadão, Sucursal Brasília

Enfim o carnaval, quando mudamos o mundo sambando em nosso quintal.